quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

De olho nos salários


Os salários de janeiro virão com os descontos de INSS e de imposto de renda calculados pelas novas tabelas, corrigidas, respectivamente, em 6,2% e 4,5%.

Imposto de renda na fonte
O limite de isenção passou para R$ 1.710,78 (contra R$ 1.637,11 em 2012) e a dedução por dependente agora é R$ 171,97 ( no ano passado, era R$ 164,56). 

A correção de 4,5% tem impacto imediato para os trabalhadores. Por exemplo, num salário bruto de R$ 2.200,00 a dedução mensal passou de R$ 24,07 para R$ 18,54. 
Mas essa economia é temporária, já que a correção da tabela ficou abaixo da inflação mais uma vez. Em 2012, o IPCA fechou em 5,8% e o INPC, e 6,2%). Basta que o trabalhador receba na data base apenas a reposição inflacionária para começar a pagar mais imposto de renda.
IRPF - tabela progressiva de desconto na fonte a partir de 1º de janeiro de 2013
Base de cálculo mensal
Alíquota
Parcela a deduzir do imposto
Até R$ 1.710,78
-
-
De R$ 1.710,79 a R$ 2.563,91
7,5 %
R$ 128,31
De R$ 2.563,92 a R$ 3.418,59
15,0 %
R$ 320,60
De R$ 3.418,60 a R$ 4.271,59
22,5 %
R$ 577,00
Acima de R$ 4.271,59
27,5 %
R$ 790,58


Contribuição previdenciária

A Previdência Social corrigiu a tabela em 6,2%, que corresponde ao INPC acumulado em 2012. Esse é o mesmo índice de reajuste dos benefícios previdenciários superiores ao salário mínimo. A contribuição máxima ao INSS agora é R$ 457,49 (no ano passado era de R$ 430,78).
Quem trabalha em mais de uma escola e contribuía em apenas uma delas deve prestar atenção à nova tabela. Para continuar descontando o INSS numa única fonte, o salário em uma das escolas deve ser de R$ 4.159,00, pelo menos. Caso contrário, terá que contribuir proporcionalmente nas duas escolas.

Também há casos em que o trabalhador poderá passar para uma alíquota menor. Por exemplo, quem recebia R$ 2.000,00 terá a alíquota reduzida de 11% para 9%.
INSS - contribuição previdenciária a partir de 1º de janeiro de 2013
Salário de contribuição
Alíquota
Até R$ 1.247,70
8%
De R$ 1.247,71 a R$ 2.079,50
9%
De R$ 2.079,51 a R$ 4.159,00
11%

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O que é Síndrome de Burnout afinal e como tem atacado os profissionais de educação? Regina Milone






O que é Síndrome de Burnout afinal e como tem atacado os profissionais de educação?

Acho importante conhecermos um pouco mais sobre esse assunto, tanto através de informações quanto de relatos de experiências (estes relatos prefiro deixar para os comentários), já que se trata de algo cada vez mais comum entre os profissionais de educação.
Passarei informações colhidas na internet aqui – existem muitas outras -, tendo selecionado as que me pareceram mais realistas, já que tive que lidar com esse problema durante anos, em mim mesma e em outros colegas.
A Síndrome de Burnout é um termo psicológico que descreve o estado de exaustão prolongada e diminuição de interesse, especialmente em relação ao trabalho. O termo “burnout” (do inglês “combustão completa”) descreve principalmente a sensação de exaustão da pessoa acometida. É um estado de esgotamento físico, emocional e cognitivo produzido pelo envolvimento prolongado em situações geradoras de stress.

Costuma apresentar três fases sucessivas;
- Desequilíbrio caracterizado como estresse;
- Sintomatologia característica: ansiedade, tensão, fadiga e esgotamento;
- Afrontamento defensivo: fase em que acontecem mudanças nas atitudes e conduta do indivíduo com tendência a lidar com os outros de maneira distante, rotineira, apática e mecânica.

Os profissionais mais atingidos são os que trabalham mais diretamente com pessoas, tais como: médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, professores, estudantes, psicólogos, assistentes sociais, policiais, agentes penitenciários, bombeiros, etc., pois trabalham em contato diário com pacientes, alunos, clientes, usuários, indigentes, presos, criminosos, etc.
Burnout é quando o trabalho ameaça o bem estar do trabalhador. É o esgotamento mental e físico intenso causado por pressões no ambiente profissional.
Os fatores determinantes vêm de uma combinação de variáveis físicas, psicológicas, sociais e organizacionais. 
Fatores da síndrome de burnout, entre educadores, segundo algumas pesquisas já feitas:
1) Exaustão emocional – em um primeiro momento ligada, em geral, à insatisfação salarial e ao fator idade;
2) Diminuição de realização pessoal – insatisfação geral com o crescimento e com o trabalho, falta de significado nas tarefas a cumprir, poucas horas para pesquisa, necessidade de auto-realização, frustrações, desilusões, distância entre a teoria aprendida e a prática (realidade concreta) encontrada nas escolas, etc.;
3) Despersonalização – falta de conhecimento dos resultados de horas de pesquisa, falta de sentido, perda do idealismo inicial, etc.

O que mais dificulta o trabalho do educador, especialmente o exercício profissional do professor, nas escolas públicas e particulares, segundo variadas pesquisas, em ordem do maior para o menor dos problemas encontrados:
- Salário
- Condições físicas
- Falta de material didático
- Falta de interesse dos alunos
- Barulho

Fatores de stress:
- Comportamentos inadequados e indisciplina dos alunos
- Elevado número de alunos por classe/horário
- Execução de tarefas burocráticas e administrativas
- Pressões de tempo e excesso de trabalho (sobrecarga de atividades)
- Expectativas familiares
- Falta de recursos materiais para o trabalho
- Diferentes capacidades e motivações dos alunos
- Carreira docente
- Multiplicidade de papéis a desempenhar
- Relacionamento pais/professores
- Políticas disciplinares inadequadas
- Pouca participação em decisões institucionais
- Falta de apoio da coordenação e colegas
- Necessidade de atualização profissional
- Elevado número de disciplinas/aula
 
Estratégias de enfrentamento em educadores, especialmente professores de escolas públicas e privadas:
- Confronto
- Afastamento
- Autocontrole
- Suporte social
- Aceitação de responsabilidade
- Fuga e esquiva
- Resolução de problemas
- Reavaliação positiva

Pode se apresentar através das seguintes etapas:
- Ilusão pelo trabalho – choque entre o idealismo inicial e a realidade prática, gerando frustrações, irritabilidade, incredulidade, tendência a ironias, deboche, ceticismo, etc.
- Desgaste psíquico – exaustão, vontade de não realizar mais nada, sensação de que qualquer coisa que faça não fará significativamente diferença nenhuma, vontade de desistir, etc.
- Indolência – uma das formas defensivas de reagir ao desgaste físico e emocional, por se sentir sem saída.
- Culpa – sensação de que não está conseguindo ser um bom profissional, baixa da auto-estima e da autoconfiança, etc.

O esgotamento profissional do qual a síndrome de burnout nos fala tende a aparecer mais nos primeiros anos de profissão, onde o idealismo ainda é grande, e depois de muitos anos de trabalho na área, quando o cansaço físico e emocional já é bastante intenso. No entanto, essa síndrome pode aparecer em qualquer idade e tempo de trabalho, especialmente em pessoas que tenham um tipo de personalidade:
- Empática
- Sensível
- Humana
- Idealista
- Altruísta
- Entusiasta
- Obsessiva
- Dedicada profissionalmente

A Síndrome de Burnout costuma aparecer acompanhada de sintomas psicossomáticos, tais como:
- palpitações
- cefaléias freqüentes
- cansaço crônico
- crises de asma
- desordens gastrointestinais ou úlceras
- dores cervicais
- insônias
- hipertensão
- alergias
- diarréias
- alterações menstruais

Além das estratégias de enfrentamento já listadas acima, alguns profissionais procuram lidar com os sintomas da burnout investindo em atitudes que podem ser úteis e produtivas ou apenas defensivas, dependendo do caso:
- planejamento
- supressão de atividades concomitantes (quando possível)
- suporte instrumental
- suporte emocional
- reinterpretação positiva
- aceitação
- religiosidade
- foco na expressão das emoções
- humor
- uso de substâncias
-negação
- desligamento comportamental
- desligamento mental

Posso dizer que, na minha experiência, vi cada um desses sintomas, atitudes, emoções, reações, enfim…
É tudo muito sofrido.
Passei por isso na pele.
E vocês, o que tem a contar sobre esse assunto?
Abraços,
Regina Milone
Pedagoga, Arteterapeuta e Psicóloga
Rio, 30/10/2012 - http://www.diariodoprofessor.com/2012/10/30/3181/